quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Livro da Semana - Anjo Partido

Livro da Semana - Anjo Partido


Sinopse
 
Apresentamos esta semana um novo livro a conhecer na Vilateca Livraria Galeria; foi uma semana de muita actividade fora de portas da Vilateca pelo que pedimos desculpa pelo incómdo que causa não ler esta pequenas crónicas.
O livro infanto-juvenil Anjo Partido foi escrito por Helena Simões e ilustrado por Ângelo de Sousa, a obra surgiu a pretexto da poesia de T.S. Eliot, e é constituída por diversos "cantos", no qual se podem ler pequenos contos em prosa poética, funcionando cada textos como um mapa maravilhoso do mundo natural. Organizado em torno dos quatro elementos, ar, terra, água, e fogo, e com algumas personagens recorrentes, Zoe e o Anjo, vivem da inocência dos primeiros olhares, pesando cada palavra, escondendo sabedorias talvez esotérias em enigmas que explodem em todas as direcções. Para o que contribui também Ângelo de Sousa com a força simples das suas ilustrações bastante plásticas e algo inigmáticas. 

O livro encontra-se disponível na Vilateca Livraria Galeria.

Título:Anjo Partido
Texto: Helena Simões
Tamanho: (...)
ISBN: 9789723608571
Páginas: 76 
Editora: Afrontamento
PVP: 12.10 

 





 






terça-feira, 23 de outubro de 2012

Livro da Semana - As Três Ladras





Livro da Semana: As Três Ladras - Txabi Arnal

Sinopse

As três irmãs Barreira não conheciam outro ofício senão roubar. Oculta, a mais velha, escondia tudo o que roubava e vivia como uma mendiga; Lúcia, a do meio, com os seus furtos vivia como uma estrela de cinema; Justa, a mais nova, só se apropriava do necessário para viver. As três tinham uma obsessão: brilhar como o sol de Verão. E, para o conseguirem, tentaram tudo: deitar-se nuas sobre jóias, roubar a água de um regato, banhar-se despidas sob luz da Lua...
Txabi Arnal oferece-nos uma divertida história, onde o humor e a ironia têm um especial protagonismo. Às três irmãs ladras, com o seu obsessivo desejo de acumular riquezas, só lhes resta ansiar o impossível. Nem o ouro, nem as mais luxuosas jóias saciam os seus delírios de grandeza. Finalmente, Oculta, Lúcia e Justa descobrirão que nem tudo o que luz é ouro, e que só o afecto e a ternura podem fazer brilhar de verdade os seus corações (mais ainda que o sol de Verão).
Elena Odriozola, por sua vez, criou imagens de grande delicadeza, através da subtileza de traço que caracteriza o seu trabalho. Para além disso, constrói belos jogos conceptuais com as personagens, com as cenas e com as diversas composições. Utiliza o texto como ponto de partida para mostrar ao leitor uma particular interpretação da história, a partir do seu imaginário artístico, do seu especial tratamento das texturas, incorporando o cromatismo em toda a sua simbologia e uma particular arquitectura das imagens, concebendo jogos paralelísticos entre as diversas ilustrações.
Elena Odriozola recebeu em 2006 o segundo Prémio Nacional de Ilustração em Espanha pela obra A princesa que bocejava a toda a hora, também editada pela OQO.

Texto de Txabi Arnal
Ilustrações de Elena Odriozola
Tradução Dora Batalim Sottomayor

Título:As Três Ladras
Texto: Txabi Arnal
Tamanho: 22x15
ISBN: 978-84-96788-091
Páginas: 60 páginas
Editora: OQO
PVP: 13.50 euros

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Textualidade Vivas - Jorge Sousa Braga


Textualidades Vivas

Hoje divulgamos Jorge Sousa Braga. A temática não tem uma data ou um tempo apropriado para abordar um poeta em particular. Mas ao ter encontrado o poema abaixo transcrito, achei um bom momento para divugar o poeta Jorge Sousa Braga.

Biografia

Licenciado em Medicina, nasceu em Vila Verde, Braga em 1957. Exerce a especialidade de Obstetrícia num hospital do Porto. A sua obra poética tem vindo a revelar-se de uma criatividade notável, sendo notório desde o primeiro livro De Manhã Vamos Todos Acordar Com Uma Pérola No Cu, de 1981, uma abordagem da temática dos Descobrimentos e da portugalidade sempre tomada pelo lado irónico e surrealista, com ressonâncias do movimento Beat, de São Francisco. A sensualidade - e a sexualidade, - em poemas íntimos e por vezes extremos bem como a sua paixão pela poesia oriental têm-no levado a escrever haikus em língua portuguesa com assinalável perfeição. Incansável leitor de poesia verteu para português poemas de Jorge Luis Borges, Matsuo Bashô, Li Po, Guillaume Appolinaire, entre muitos outros. 

 "Portugal
Eu tenho vinte e dois anos e tu às vezes fazes-me
sentir como se tivesse oitocentos
Que culpa tive eu que D. Sebastião fosse combater
os infiéis ao norte de África
só porque não podia combater a doença que lhe atacava
os órgãos genitais
e nunca mais voltasse
Quase chego a pensar que é tudo mentira
Que o Infante D. Henrique foi uma invenção do Walt Disney
E o Nuno Álvares Pereira uma reles imitação do Príncipe Valente
Portugal
Não imaginas o tesão que sinto
Quando ouço o hino nacional
(que os meus egrégios avós me perdoem)
Ontem estive a jogar póker com o velho do Restelo
Anda na consulta externa do Júlio de Matos
Deram-lhe uns electro-choques e está a recuperar
àparte o facto de agora me tentar convencer que nos espera
um futuro de rosas
Portugal
Um dia fechei-me no Mosteiro dos Jerónimos
a ver se contraía a febre do império
mas a única coisa que consegui apanhar
foi um resfriado
Virei a Torre do Tombo do avesso sem lograr encontrar
uma pétala que fosse
das rosas que Gil Eanes trouxe do Bojador
Portugal
Se tivesse dinheiro comprava um império e dava-to
Juro que era capaz de fazer isso só para te ver sorrir
Portugal
Vou contar-te uma coisa que nunca contei a ninguém
Sabes
Estou loucamente apaixonado por ti
Pergunto a mim mesmo
Como me pude apaixonar por um velho decrépito
e idiota como tu
mas que tem o coração doce, ainda mais doce
que os pasteis de Tentúgal
e o corpo cheio de pontos negros
para poder espremer à minha vontade
Portugal estás a ouvir-me?
Eu nasci em mil novecentos e cinquenta e sete
Salazar estava no poder
nada de ressentimentos
O meu irmão esteve na guerra tenho amigos que emigraram
nada de ressentimentos
um dia bebi vinagre
nada de ressentimentos
Portugal depois de ter salvo inúmeras vezes os Lusíadas
a nado na piscina municipal de Braga
ia agora propor-te um projecto eminentemente nacional
Que fôssemos todos a Ceuta à procura do olho
Que Camões lá deixou
Portugal
Sabes de que cor são os meus olhos?
São castanhos como os da minha mãe
Portugal
gostava de te beijar muito apaixonadamente na boca

(Jorge de Sousa Braga)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Vilateca no Espaço Douro

Vilateca no Espaço Douro
22 de Outubro
 
Na próxima semana a Vilateca Livraria Galeria, vai à rádio. Fomos convidados para participar na segunda-feira, 22 de Outubro no programa Espaço Douro. Realizado pela Associação Sócio Cultural Vale D´Ouro, em parceria com a Universidade FM, o programa tem por objectivo trazer para agenda do dia temas sobre a região e o Douro, e um convidado em destaque. A entrevista é conduzida por Luís Almeida, Pedro Espirito Santo e por Sansão Gomes.

Aceitando o desafio de bom grado, na próxima segunda-feira, às 22.00 hor
as, em 104.3 FM, ou através da emissão online, em www.universidade.fm ou www.ascvd.pt, a Vilateca irá falar de livros infanto-juvenis, livros usados, e peças de autor.

Um projecto tão arriscando precisa de uma maior divulgação, e por esse facto estamos muito curiosos com a viagem hertziana que vamos encetar para todos os limites da frequência da UFM no próximo dia 22 de Outubro.

Ouça-nos e se vos der curiosidade visitem-nos.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Livro da Semana - Rua, Miguel Torga


Livro da Semana - Rua, Miguel Torga

Rua, livro de Miguel Torga, escritor transmontano, natural de S.Martinho e Anta, é o livro selecionado desta semana, constituído por uma seleção de treze contos fundamentados no elemento trágico e urbano de um dos maiores escritores portugueses do século XX. Uma visão aguda sobre a solidão de personagens que se fecham num recolhimento tão íntimo e persistente "que só mesmo no fundo duma sepultura".

Excerto:

"Um sujeito seu conhecido, meio filósofo, fizera-lhe em tempos o elogio do carteiro, o mais simpático e desejado de todos os funcionários públicos. Os polícias intimidavam, multavam, prendiam; os cobradores da Câmara só vinham com recibos; da gente do fisco, nem falar. O carteiro, esse, trazia notícias, unia almas distantes, sossegava inquietações. Muito embora nunca tivesse pensao nisso, concordara, desvanecido. E desde então considerava-se, modestamente, um mensageiro quotidiano do destino, de certo modo comprometido nas alegrias e tristezas que repartida."

Livro disponível na Vilateca Livraria Galeria nas condições do costume, acessível. 

Título: Rua
Texto: Miguel Torga
Tamanho: 23.5x15.5 
ISBN: 972 747 853 0
Páginas: 127
Editora: Planeta de Agostini
PVP: 4 euros

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Livro da Semana - Ambas as Mãos Sobre o Corpo


Livro da Semana - Ambas as Mãos Sobre o Corpo de Maria Teresa Horta

O livro da semana é dedicado à escritora Maria Teresa Horta, galardoada com o prémio D.Dinis, em cerimónio realizada no Palácio de Mateus, Vila Real.muito recentemente.  
O livro que dispomos na Vilateca, é uma primeira edição de 1970, autografada pela escritora, o que torna o livro um pouco mais especial. Sobre a obra da escritora e poetisa realizados duas breves achegas.

"Duas palavras bastariam para introduzir o leitor na obra de Maria Teresa Horta. São elas corpo e mulher. Mas seria dizer pouco, embora também haja “pouco” no excesso que constitui a sua escrita, no sentido da sábia utilização do mínimo, do pormenor, na desmesura do gesto, frondoso, que leva o poema ao Outro. É seu um corpo erotizado, pele sobre a pele, onde a própria nudez se diz tecido, cintilância, seda-sede, dobra irreverente, que não aceita a passividade das lisuras no uso de uma voz feminina, de uma “mulher doente de afagos.” É seu um corpo alucinatório, rondando por vezes a litania, na imposição de uma experiência orgânica, lunar na ficção, solar na poesia."

"Escrever é (...), um acto do corpo, sendo a escrita simultaneamente fundação do mundo, “cristal do tempo”, para Maria Teresa Horta, autora que jamais poderá ser arredada da criação, com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, desse livro claramente feminista (ao contrário da restante obra da escritora de Ema): as Novas Cartas Portuguesas, publicadas debaixo de fogo, em 1971. A obra teve um destino previsível: imediatamente retirada de circulação, levou as três Marias a tribunal onde foram condenadas por atentado ao pudor e pornografia. Mas não só uma leitura político-social deverá acompanhar este texto a três vozes que denuncia a opressão da mulher no domínio privado e público, estamos perante um documento literário único e inovador, até pelo seu carácter híbrido e fragmentário, no qual coabitam vários registos: epistolar, poema em verso ou prosa, diálogo, etc.
E ainda o corpo no corpo da ficção de Maria Teresa Horta. Entre outros romances, novelas, contos, destacam-se Ambas as Mãos sobre o Corpo, dominado por um intimismo lânguido, onírico, pelo prazer sensual do texto."

O livro encontra-se disponível na Vilateca Livraria Galeria.

Título:Ambas as Mãos Sobre o Corpo
Texto: Maria Teresa Horta
Tamanho: Livro de Bolso
Edição Número: 7009/1539
Páginas:124
Editora: Europa-América
PVP: 12.50 euros