sexta-feira, 2 de março de 2012

Uma Luz de Papel - O livro da semana

UMA LUZ DE PAPEL

A proposta desta semana da Vilateca é um pequeno livro de poemas e prosa poética escrito a várias mãos. Com "Uma Luz de Papel", os leitores vão conseguir trazer para dentro de si, aquilo que os livros captam, que é quase tudo. Uma proposta para jovens ou mais velhos.
Em baixo deixo a ficha técnica e posteriormente um poema de Manuel António Pina.

Disponível na Vilateca por 6 euros. É um objeto confessional e de coleção.

Ficha Técnica

UMA LUZ DE PAPEL
VÁRIOS AUTORES
TEXTO RENATO ROQUE FOTOGRAFIA ANTÓNIO BARRETO APRESENTAÇÃO
COLECÇÃO CURTO CIRCUITO DEP. LEGAL 268775/07 15x15CM, CAPA MOLE, 4C 32 PÁGINAS PREÇO 6.60 EUROS


APRESENTAÇÃO DO LIVRO POR ANTÓNIO BARRETO:

Apesar de ter nascido no Porto, conhecia mal a minha cidade quando, em 1974, regressei a Portugal. Na verdade, tinha vivido até então em Vila Real e na Régua, depois em Coimbra, logo a seguir em Genebra, na Suíça. Ao voltar a Portugal, instalei-me em Lisboa. O meu interesse era, naquela altura, marcadamente político, por isso só a capital me interessava. Ao tentar refazer a minha vida em Portugal, um dos primeiros problemas era o da biblioteca. Mau grado ter acompanhado o movimento editorial português durante o exílio (assinava uns boletins mensais da Livraria Portugal...), muito me tinha escapado. E também me faziam falta os clássicos portugueses que, nas mudanças, haviam desaparecido. Por isso me dirigi a um ou dois alfarrabistas, a fim de me ajudarem à reconstrução. Um deles foi o Nuno. O meu pai, que vivia em Vila Nova de Gaia, aconselhou-me a Livraria Académica, que tinha pertencido, em tempos, a um conhecido dele. Agora, disse-me, está lá um rapaz novo, muito simpático e muito competente. Segui à letra o sábio conselho. Conheci então o Senhor Nuno Canavês, que uns anos depois se transformou no Nuno da Académica, para ser agora, simplesmente, o Nuno. Um amigo. Um conselheiro. Quando vou ao Porto, quase nunca falho uma visita.(...)

"É então isto um livro,
este, como dizer? murmúrio,
este rosto virado para dentro de
alguma coisa escura que ainda não existe
que, se uma mão subitamente
inocente a toca,
se abre desemparadamente
como uma boca
que fala com a nossa voz?
É então a isto que chamam "livro",
a este coração (o nosso coração)
dizendo "eu"  entre nós e nós?

Manuel António Pina

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