Livro da Semana - A Mala Rápida do Senhor Parado
Ler é passear por outros países, por outras pessoas, por pensamento. E poderemos viajar imóveis e chegar ao acto de partir, após 23 horas chegar o momento do espanto? Deixar de esperar que tudo venha ter connosco. Ora o senhor Parao conseguiu superar essa dificuldade. O livro desta semana é uma fábula, que mistura ficção, adequado para leitores ávidos de idades tardias.
Como se inicia este fuga numa mala de viagem?
“Havia
um homem neste mundo que nunca tinha feito as malas para viajar.
Chamava-se senhor Parado e vivia numa estação de comboios. Este senhor
tinha algumas particularidades: era magro e pequeno se o observássemos
pela janela de um avião. E era gordo e alto se o víssemos através do
chão.
O senhor Parado tinha como profissão viajar pouco com os pés e viajar muito com a cabeça na Lua. De cada vez que o senhor Parado via uma mala de viagem a passar de comboio para comboio, pensava no que poderia descobrir se a abrisse e imaginava que lá dentro só se encontravam objectos resistentes, objectos capazes de percorrer muitos quilómetros.”
O senhor Parado tinha como profissão viajar pouco com os pés e viajar muito com a cabeça na Lua. De cada vez que o senhor Parado via uma mala de viagem a passar de comboio para comboio, pensava no que poderia descobrir se a abrisse e imaginava que lá dentro só se encontravam objectos resistentes, objectos capazes de percorrer muitos quilómetros.”
Sobre o autor:
Rui Almeida Paiva (1977)
Nascido pela primeira
vez em 1977, crê-se que o autor preserva carinhosamente a sua rotina.
As primeiras vinte e três horas do dia, passa-as a fugir. A esconder-me,
esta seria a expressão mais acertada, dir-nos-ia. E a hora que te
resta, perguntou-lhe uma vez uma criança atenta, como a utilizas?
Essa hora é dedicada exclusivamente ao espanto. Por exemplo, hoje espantei-me dentro de uma paisagem, após ter aberto a janela de uma varanda. Nessa altura, nessa hora nasço sempre uma vez mais. O mais incrível (e é algo que tenho esperança de vir a decifrar) é que quando o meu nascimento diário termina, acabo sempre por ser atraído até à minha mão esquerda, onde se move uma inquieta caneta de produzir histórias.
Essa hora é dedicada exclusivamente ao espanto. Por exemplo, hoje espantei-me dentro de uma paisagem, após ter aberto a janela de uma varanda. Nessa altura, nessa hora nasço sempre uma vez mais. O mais incrível (e é algo que tenho esperança de vir a decifrar) é que quando o meu nascimento diário termina, acabo sempre por ser atraído até à minha mão esquerda, onde se move uma inquieta caneta de produzir histórias.
A MALA RÁPIDA DO SENHOR PARADO foi o fruto de um dos seus Espantos, que lhe valeu o Prémio Revelação da Associação Portuguesa de Escritores e a Menção Honrosa do Prémio Branquinho da Fonseca – Gulbenkian/Jornal Expresso, em 2005.
Disponível na Vilateca, um excelente livro para leitores desenvoltos, bom preço.
Ficha Técnica
Título: A Mala Rápida do Senhor Parado
Texto: Rui Almeida paiva
Tamanho:21x13,5
ISBN: 978-989-8213-24-2
Páginas: 47 páginas
Editora: Trinta por Uma Linha
PVP: 8.50 euros
PVP: 8.50 euros
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